Roberto Samartim constroi n’o livro do dragom umha comunidade de afetos em que é reelaborada umha mitologia próxima e humilde, umha geografia emocional. A voz desdobra-se, reflexiva, transcendente, para abrir-se a umha multiplicidade de outros/as. Como se fosse a confissom, a conversa, a partilha, a base dessa comunidade.
O livro mostra, também, umha inflexom no tempo. Um olhar para atrás, um percurso através da memória que é menos nostálgica do que, outra vez, comunal, comunitária, e a imaginaçom de um horizonte de futuro só levemente esperançoso mas que, em qualquer caso, foge de derrotismos e apela ao (re)encon-tro, tanto no plano pessoal como no coletivo.